A dor da perda
Paula Fontenelle perdeu seu pai dessa maneira e escreveu um livro sobre o assunto – “Suicídio, o futuro interrompido”, lançado no final de 2008, pela Geração Editorial. A autora crê que “90% das pessoas que tiram a própria vida apresentavam algum tipo de transtorno mental nos seis meses anteriores. Mas, embora as doenças psíquicas tenham estreita relação com o suicídio, a maioria dessas pessoas nunca tira a própria vida”, destaca.
Nenhuma outra doença psíquica é tão presente no ato suicida como a depressão. Por isso, uma pessoa em risco deve ser encaminhada a um profissional. A situação afeta toda a família e amigo, mesmo que sejam frustradas. A devastação emocional entre pais e parentes permanece durante muitos anos, ou por toda a vida. Segundo a autora, as informações do livro “podem contribuir no momento em que são detalhados alguns fatores de risco, como identificá-los e proceder nessas situações.”
Psicologia
A psicologia continua os estudos a respeito do assunto. Para a psicóloga Gláucia Bereta, “a maior dificuldade não está na pessoa de baixo e médio risco, ou seja, os indivíduos que têm pensamentos e planos. Mas, sim, os casos de alto risco, aqueles que têm plano definido, os meios para fazê-lo e que buscam tal consumação.”
Gláucia ainda traça um paralelo ao abordar o problema social e a análise. “O suicídio é um fenômeno complexo, um problema de saúde pública. A prevenção envolve uma série de atividades, que vão desde o tratamento efetivo dos distúrbios mentais até o controle ambiental dos fatores de risco.”
Contudo, a psicóloga crê que estes momentos de profundo acompanhamento não sintetizam aflição ou dificuldade no que tange ao trabalho psicológico. “Analisar não é difícil como se vê. O difícil é reestruturar cognitivamente crenças irracionais que a pessoa tem”, sentencia.
*Um agradecimento especial à jornalista Paula Fontenelle e à psicóloga Gláucia Bereta
Tadeu L. Inácio