terça-feira, 22 de novembro de 2011

Entre tapas e beijos


O que fazer quando o ciúme entre irmãos atinge o lar de uma família? Algumas características e motivos em comum podem ajudar os pais nessa difícil missão

Inquietação mental causada por suspeita ou receio de rivalidade no amor ou em outra aspiração, vigilância ansiosa, ressentimento invejoso contra um (suposto) rival ou mais eficiente. Enfim, muitos são os significados contidos no dicionário para descrever a palavra ciúme. Depois dessa pequena explanação já fica claro e evidente o perigo que essa “inquietação” pode causar nas mais variadas formas de relacionamento. Agora, quão difícil fica se isso ocorrer entre irmãos, sobretudo crianças? Dor de cabeça aos pais...

Especialistas são enfáticos ao afirmarem que esse sentimento geralmente se inicia por volta dos quatro anos de idade, fase em que a criança começa a ter percepção do irmão como rival. Não se trata de uma ideia fixa (afinal, cada caso tem suas particularidades), mas é especialmente nessa faixa etária que o sentimento vem à tona. Um bom motivo para que essa competição exista e aconteça entre os irmãos, segundo estudos, é a busca para se conseguir o carinho e a atenção dos pais. Para eles, o ato de dividir contém uma grande dificuldade.

Teresa Artola González, doutora em Psicologia pela Universidade Complutense de Madri (ESP), abordou o tema em seu livro "Como resolver situações cotidianas de seus filhos de 0 a 6 anos". Para ela, a origem dos ciúmes pode, em alguns casos, se situar nos sentimentos de insegurança e inadaptação da criança. “Estes sentimentos de insegurança costumam ser conseqüência de ter se sentido recusado ou ridicularizado na infância ou de uma educação excessivamente negativa baseada no repúdio e na crítica severa por parte dos pais”, diz.

A rivalidade criada entre os irmãos para conseguir o carinho e a atenção dos pais é a causa mais frequente desse problema, principalmente se houver o nascimento de um novo irmão. Diante dessa situação, a criança passa a se sentir abandonada. Sentimentos de culpa e baixa autoestima.

O cenário também pode ocorrer na situação inversa, do irmão menor para o maior. Isto ocorre quando o mais novo vê em seu irmão um "teto impossível de rebaixar", como define Tereza. Ou seja, um “rival” que sempre faz tudo melhor que ele e que goza de certos "privilégios" (não concedidos a ele). “Os favoritismos e preferências que os pais manifestam, inconsciente, por um dos filhos pode dar origem a sentimentos de ciúme nos outro irmão”, alerta a autora.


A importância do diálogo

Mas, se você passa por isso em sua casa, não se sinta como um soldado solitário em meio à guerra. Estudiosos do assunto esclarecem que o ciúme é um sentimento que ocorre em todas as famílias, e uma das formas de lidar com ele é mostrando à criança que o irmão não chegou para dividir o lugar, e que ela continuará sendo amada e tendo o seu espaço na família.

Se porventura o ciúme seja expresso na prática, não existe outra saída a não ser sentar e tratar sobre a situação abertamente, sem rodeios. Toda a convivência entre os irmãos recebe grande influência dos pais. Alguns especialistas dão dicas de como lidar com essa situação:

• Amor, afeto e carinho não devem ser expressos somente por meio de palavras, mas também com atitude;
• Destaque as qualidades da criança, uma vez que é essencial para a autoestima;
• Evidencie para a criança a importância que ela tem na família;
• Não a compare com o outro irmão.

Amor e ódio

Através dos ciúmes, a criança reclama a ausência de atenção das pessoas cujo afeto teme ter perdido. A Psicologia apresenta uma série de condutas características:

- Condutas regressivas: Voltar a fazer xixi na cama, chupar o dedo ou não querer comer sozinha;
- Irritação, nervosismo e agressividade: Essa agressividade invejosa costuma se manifestar na obstinação, como oposição sistemática. Ela constitui uma grande arma para atrair a atenção dos adultos;
- Sentimentos contraditórios: Uma mistura de amor e ódio para com o (novo) irmão. Por um lado lhe quer bem, mas por outro experimenta uma grande agressividade;
- Agressividade dissimulada: Às vezes, a criança ignora o irmão ou nega sua presença.

Em outras ocasiões, pode mostrar condutas hostis e agressivas ou muito carinhosas. Enfim, os ciúmes podem se manifestar de formas mais dissimuladas. Atenção nunca é demais. “Em geral, quanto mais afetuosos se mostram os pais com seus filhos, menos perigos correm de que se tornem ciumentos. Se todas as crianças da família estão satisfeitas pelo afeto recebido dos pais, não terão a inclinação a sentir ciúmes”, relata Tereza.

“Identifique e destaque as características positivas de cada filho” Andreia Tonão, psicóloga

-Durante a rotina familiar, que situações podem contribuir para que o ciúme ocorra entre os irmãos?

Existem várias situações. Dentre elas, a vinda não muito bem aceita ou esclarecida de um irmãozinho. Isso pode acarretar algumas mudanças, como de quarto, de escola e até mesmo, infelizmente, a falta de diálogo, já que os pais passam a direcionar maior atenção e cuidado ao bebê. A situação também pode ocorrer inversamente, do filho menor para com o maior.

-Como a criação, sobretudo dos pais, pode colaborar nesses casos?

As atitudes tomadas pelos pais têm grande importância para que o ciúme passe a existir. É necessário habilidade e equilíbrio nos elogios e estímulos. O ideal é reservar tempo para cada filho e realizar programas, tanto juntos como separados. A criança precisa entender que é querida e amada.

-Que outras pessoas podem colaborar nesse processo?

Em alguns casos, o processo é coletivo, já que envolve pais, avós e demais familiares. Eles costumam participar diretamente do convívio familiar. Evite dar atenção somente ao filho mais novo e as famosas comparações. Priorize identificar e destacar as características positivas de cada filho.

-Como identificar que o quadro necessita da atuação de um psicólogo?

Quando a criança começa a praticar algumas condutas regressivas, como voltar a fazer xixi na cama, não querer comer sozinha, excesso de linguagem infantil, a se mostrar irritada e agressiva. Ou seja, se os ciúmes passar a impedir a relação social entre os irmãos é necessária a avaliação de um profissional.

-De que forma a Psicologia atua nesses casos?

Ela trabalha principalmente com a autoestima e a autoimagem para que a criança perceba que também é importante e especial.

-Como funciona o tratamento?


Em casos mais leves, pode ser realizado através da ajuda dos familiares, do diálogo, compreensão e demonstração de carinho. Outras situações exigem encaminhamento ao psicólogo.

Tadeu Inácio
Texto publicado na edição 41 da Revista Mais Destaque

www.maisdestaque.com.br

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Atletas de final de semana na medida certa



Diversão, socialização e contato com a natureza. Muitos são os atributos quando falamos de atividades físicas. Porém, a história não é tão bonita como se parece. Rotina profissional, familiar e o avanço tecnológico. Muitas pessoas alegam não ter tempo para se exercitarem. Sendo assim, reservam os finais de semana para tal, achando que podem perder aquela gordurinha localizada ou melhorar o condicionamento físico de forma segura e eficiente. Ledo engano. Para atingir esse nível, é importante se exercitar regularmente.

O cenário não muda muito quando falamos em sedentarismo. Ao longo da semana, alimentação rica em calorias, excesso de trabalho, horas em frente ao computador e nada de exercícios físicos. Chega o final de semana e, de repente, o desejo de compensar em algumas horas do dia todos os maus hábitos acumulados. Aí mora o perigo. A inocente pelada com os amigos ou uma despretensiosa corrida no parque pode causar desde uma incômoda contusão muscular até, em casos mais graves, lesões na coluna ou um infarto.


Especialistas são diretos em alertar sobre o perigoso adquirir esse comportamento. Quando se é jovem, raramente os efeitos são sentidos, mas depois dos 35 anos a situação passa a mudar de figura. Exercícios de alta intensidade e sobrecarga podem representar futuras lesões, além de não melhorar em nada o condicionamento físico. O corpo despreparado à prática esportiva sofre. Por isso, antes de iniciar as atividades, faça uma avaliação médica.

Para maiores esclarecimentos sobre o assunto, conversamos com o cardiologista do Hospital Adventista de São Paulo (HASP), Everton Padilha, que avisa: “Não seja um paciente dolorido da segunda-feira.”

Quais os principais cuidados que um atleta de final de semana deve tomar?

Moderação e cautela são essenciais nesse caso. Alongue os grupos musculares de braços, pernas e tronco antes de qualquer atividade. Aqueça-se com uma caminhada de pelo menos 20 minutos. A atividade deve ser recreativa, nada de “tirar o atraso”.

Quais os problemas mais comuns que essas pessoas sofrem?

O mais comum é o aparecimento de cãibras e dores musculares leves. Entretanto, lesões musculares e de ligamentos também são comuns. A musculatura pode sofrer estresse maior do que está acostumada a receber ou não se encontrar alongada de maneira suficiente. Mesma situação para os tendões e ligamentos.

E sobre a alimentação mais adequada?

Aguarde pelo menos uma hora depois de comer para iniciar a atividade, sem exagero; evite refrigerantes, gordura ou frituras; ingira líquidos em boa quantidade para combater a desidratação; use roupas leves; e, logicamente, evite bebidas alcoólicas e o cigarro.

Quais exames são necessários antes de praticarmos certas atividades físicas?

Preferencialmente, passe por uma avaliação com o educador físico e com o médico. Às pessoas acima dos 40 anos, é importante consultar um cardiologista. Normalmente, além do exame clínico, a realização de um teste ergométrico (esteira sob supervisão médica) é essencial para verificar se a pessoa tem a tendência para problemas de angina, arritmias ou hipertensão.

Tadeu Inácio
Texto publicado na edição 40 da Revista Mais Destaque
@maisdestaque

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Interatividade Educacional



O atual estágio da metodologia escolar permite situações jamais vistas. Alguém aí com mais de 30 anos de idade já tirou suas dúvidas com o professor sem sair de casa?

Conectividade e interação são grandes marcas de nossa época. Um simples clique em cada link espalhado pela internet nos oferece o que podemos chamar de “passaporte para o mundo”. A sociedade contemporânea vem passando por grandes transformações. Não citar o desenvolvimento no aspecto tecnológico entre as principais delas seria uma posição contrária ao bom senso. Afinal de contas, qual o jovem da atualidade que não se sente à vontade ao fuçar nas mais diversas “engenhocas”? Os benefícios podem somar - e muito! -, inclusive no aspecto da educação.

Entre os beneficiados, basicamente, identificamos a “Geração Z” (termo utilizado para definir os jovens nascidos a partir dos anos 80), que, como não poderia deixar de ser, foi criada em meio a uma avalanche de itens tecnológicos. Por meio deles, é possível estabelecer uma nova relação entre docentes e discentes. Um trecho do artigo publicado no portal da Educação Adventista por Ana Angélica Fernandes sintetiza bem esse raciocínio. “Segundo Peters (2003, p. 34), existe um dilema didático que diz: ‘Não bastaria proporcionar aos estudantes apenas um estudo próprio isolado com a ajuda de materiais didaticamente elaborados. Pelo contrário, dever-se-ia possibilitar-lhes, em primeiro lugar, o diálogo..., porque nisso consistiria o verdadeiro fundamento do ensino científico. (sic) ’”

A Educação Adventista, por exemplo, é um caso eficaz desse recente processo metodológico. Blogs de professores, materiais para pesquisa, artigos, conteúdos didáticos, entre outras ferramentas, atingem em cheio a atenção dos alunos. O uso de toda essa tecnologia da informação e comunicação por parte dos professores - a partir do 5° ano ao Ensino Médio - busca viabilizar a interação junto aos alunos em formação. “A velocidade da informação mudou e a quantidade de tecnologia que temos disponíveis é muito grande. Com isso, a educação tem que fazer seus ajustes devidos para que não fiquemos alheios as questões dessa geração”, analisa a professora Jonice Martini, coordenadora pedagógica do Colégio Adventista de Bauru (Associação Paulista Oeste - APO).

Uma das ferramentas mais utilizadas atualmente nessa relação de interatividade são os blogs, que representam uma maneira simples e rápida de debater assuntos pertinentes diversos. O tema é absolutamente livre, e pode ir desde a apresentação de um projeto, de uma disciplina, até comentários sobre política, como um diário, ou links para sites como indicação. Enviar fotos, vídeos e outros arquivos também estão ao nosso alcance. “Blogar”, como dizem, é muito mais do que colocar seus pensamentos na web. É se conectar com e saber mais sobre quem lê ou comenta.

Atualmente, as ferramentas propiciam “regalias” nunca antes vistas. Um bom exemplo disso é o fato de o aluno poder tirar suas dúvidas do modo online, interagindo com o professor via web. Para Alex Landim, diretor de Marketing do Instituto Adventista Paranaense (IAP), é possível comensurar a importância desse aspecto na Educação Adventista. “A internet proporciona ao aluno a capacidade de desenvolver habilidades e oportunidades de expansão para seu aprendizado”, diz. Nesse aspecto, ele também enxerga nos blogs uma boa ferramenta educativa. “Eles são preparados para os estudantes participarem de uma rede onde o conhecimento é coletivo, construído e compartilhado. Os professores podem despertar o interesse nos alunos”, acrescenta.


“Geração Z”

A grande nuance dessa geração é zapear (daí o motivo pela escolha do nome). Essa juventude muda de um canal para outro na televisão. Vai da internet para o telefone, do telefone para o vídeo e retorna novamente à internet. Garotas e garotos dessa geração, em sua maioria, nunca conceberam o planeta sem computador, chats ou telefone celular. Por isso, são menos deslumbrados que os da Geração Y com chips e joysticks.

Sua maneira de pensar foi influenciada desde o berço pelo mundo complexo e veloz que a tecnologia produziu. Diferentemente de seus pais, sentem-se à vontade quando ligam ao mesmo tempo televisão, rádio, telefone e internet. Outra característica essencial dessa geração é o conceito de mundo que possui, desapegado das fronteiras geográficas. Para eles, a globalização não foi um valor adquirido no meio da vida a um custo elevado. Aprenderam a conviver com ela já na infância.

Enquanto os demais buscam adquirir informação, o desafio que se apresenta à Geração Z é de outra natureza. Ela precisa aprender a selecionar e separar o joio do trigo. E esse desafio não se resolve com um micro veloz. A arma chama-se maturidade. É nisso, dizem os especialistas, que os jovens precisam trabalhar. Como sempre.

Fonte: Revista Veja

Prós e contras: Nova relação com o conhecimento

Muitos debates e encontros são realizados para estabelecer novas diretrizes a esse assunto. Educadores de todo o Brasil buscam o consenso na metodologia para oferecer o melhor aos alunos da Rede Adventista. “Se a escola e os educadores não se ‘conectarem’ às novas tecnologias, certamente, as aulas ficarão desinteressantes para os alunos nascidos a partir da década de 90, a quem eu chamo de ‘nativos digitais’. As crianças já nascem com a sensibilidade de se jogar no mundo virtual o mais cedo possível. É, também, uma nova forma de se relacionar com o conhecimento”, analisa Jonice.

Toda essa tecnologia apresentada tem sido mais interessante às crianças pois trabalha muito com imagem e som. O contínuo conhecimento dessas tecnologias por parte dos professores fará com que as diversas ferramentas somem a favor das aulas, incrementando-as. Informação por si só, hoje todos temos, mas o que fazer com essa informação é o que o professor pode ensinar para seus alunos, com isso ajudando-os a filtrarem aquilo que melhor podem fazer com as tecnologias para se formarem na vida escolar.

Raquel Costa, aluna do 3° ano do Ensino Médio do Colégio Adventista de Bauru, destaca o uso dos recursos tecnológicos para facilitar a rotina. Vivendo o período pré-vestibular, a estudante enumera pontos positivos e negativos no uso da internet na educação. “Destaco as informações passadas em segundos, a facilidade para pesquisas, a comunicação e o conforto. Os contras ficam por conta da falta de socialização, o desinteresse por certas coisas fora do mundo real, a exigência pela rapidez e a acomodação”, conclui a jovem.

Cuidados a tomar
Pais: Primeiramente, eles são os responsáveis em dar ou não a oportunidade da criança ter o contato com as novas tecnologias. Esse contato é necessário, mas requer ressalvas. Portanto, desde cedo, procure dosar esse contato e não os permita se perderem no mundo da virtualidade. O mundo criado por Deus é ainda a melhor escola para todos.

Professor: Enquanto orientador na utilização da internet, os professores devem estar atentos às armadilhas da internet. Afinal, utilizá-la como meio de entretenimento e livre navegação pode se tornar mais atraente do que o exercício de concentração exigido pela pesquisa. Assim, é papel do professor evitar que os alunos se dispersem.



Essa interatividade educacional exige pegar um pouco de cada recurso - modernos ou não - para que as pessoas saibam valorizar seus esforços e desfrutar mais do mundo que Deus fez para nós.

Tadeu Inácio @Tadeu_Inacio
Conteúdo publicado na edição 40 da Revista Mais Destaque @maisdestaque

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Síndrome do Pânico


Procedimentos defensivos evitam novas crises ao mesmo passo que produzem diferentes tipos de fobia

A palavra pânico é proveniente do grego "panikon" e significa medo, susto ou pavor repetitivo. Nada mais justo para descrever uma síndrome que, ao passar dos anos, vem se tornando cada vez mais frequente entre a sociedade do mundo contemporâneo: a Síndrome do Pânico. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o problema atinge aproximadamente 4% da população mundial. Trata-se de uma situação que está próximo do limite, sempre relatada de forma dramática pelas pessoas que passaram ou que ainda convivem com isso.

Dificuldade em dominar o ambiente em que se vive, fobia, suor frio, tontura, taquicardia ou falta de ar são alguns dos variados sintomas envolvidos nesses casos. Segundo especialistas, as crises duram tempos distintos – podem variar de cinco minutos até meia hora - e são três vezes mais comuns em mulheres. Pode ocorrer no meio de uma multidão, no engarrafamento, metrô, elevador, shopping, supermercado ou na fila do banco. Não há horário marcado para esse terrível encontro.

Segundo depoimentos de algumas pessoas acometidas pela síndrome, o problema ocorre devido a um processo de associação. A partir da primeira crise, qualquer estímulo interno (dor, tonteira, alterações nos batimentos cardíacos) ou externo (lugar ou cheiro) pode remeter à situações anteriores e funcionarem como o elemento necessário para uma nova crise. Nesse sentido, fazendo parte de um procedimento defensivo para evitar que novas crises ocorram, vão se produzindo diferentes tipos de fobia.

O problema está ligado à ansiedade generalizada. Um ataque de pânico começa a ganhar força horas antes do próprio surto, e se potencializam por meio da ansiedade, que se acumula ao longo das horas e dos dias. Por sua vez, essa emoção humana é definida como um estado de apreensão ou medo provocado pela antecipação de iminentes ameaças, sejam elas reais ou imaginárias. A maioria das pessoas que nunca passou por isso não consegue compreender a natureza assustadora dessa experiência.

Aumento da pressão arterial e outros sintomas

A ciência afirma que a primeira manifestação pode acontecer por algum motivo traumático ou estressante, que desestabiliza o indivíduo (mas isso não é regra, segundo algumas fontes). O humor, nesse período, se assemelha a uma montanha-russa, onde ocorrem picos de ansiedade, pressão e respiração acelerada. Em seguida, um estado de exaustão e sonolência, como se fosse o fim de uma guerra, passa a dominar o indivíduo.

Entre os variados sintomas da síndrome, estão: tonturas extremas, visão embaçada, formigamento espalhado pelo corpo, falta de ar, arrepios, preocupações obsessivas, pensamentos indesejados, aumento repentino nos batimentos cardíaco, respiração irregular, nervosismo extremo, desconforto em lugares fechados etc.

Em recente depoimento em um programa de televisão, o cardiologista Roberto Kalil explicou que “essa mudança brusca e completa do metabolismo, em que a vítima demonstra uma reação desproporcional, como se estivesse diante de uma ameaça real, causa um aumento tão grande da pressão arterial que a pessoa acha que está tendo um infarto e vai morrer”. Ainda segundo o especialista, o risco cardíaco é mínimo se o paciente for diagnosticado corretamente.

O convívio social e a realização de tarefas (até então normais) por parte dessas pessoas passam a ser restritos. Tamanha incapacidade é percebida pelas pessoas mais próximas. Essas restrições vão se impondo sucessivamente a tal ponto que o indivíduo pode optar a viver enclausurado em sua própria casa, ocasionando a agorafobia (medo apresentado diante de uma multidão e em lugares abertos), e viver dependente de terceiros. Alguns deles, sem informação ou tratamento devido, buscam refúgio no álcool e nas drogas.

É sempre importante lembrar e alertar que falamos de uma doença do foro psicológico. Sendo assim, algumas pessoas podem interpretar erroneamente os sintomas e, consequentemente, agravar a situação. Entrar em colapso porque você pensa que tem a síndrome do pânico acontece, e isso vai piorar a sua situação se encarar a doença como incurável. Ter um ataque de pânico ou uma crise específica não caracteriza a síndrome. Antes de procurar um médico específico (cardiologista ou psiquiatra), observe seus sintomas atenciosamente.

As crises também podem incluir fraqueza, desorientação e lesão de memória em longo prazo. É o que afirma o psiquiatra Figueira de Mello. Além disso, elas estão associadas a depressão e transtorno obsessivo-compulsivo, o conhecido “TOC”, que ocorrem paralelamente, sem relação de causa e efeito. “Sentir medo é necessário, pois se trata de uma proteção da vida que contribui para a evolução da espécie. Mas, quando se torna doença, tem controle – apesar de a cura total ser mais difícil de obter”, indica Mello.

Tratamento

O desafio deste tratamento não é uma tarefa impossível. Exercícios de respiração, terapias alternativas e remédios constituem um importante time para vencer o medo. Segundo especialistas, a cura não se dá de forma espontânea, o que significa que a sintomatologia (conjunto dos sintomas de determinada doença) não desaparece a menos que a pessoa receba tratamento específico e de qualidade.

Depois de muitos estudos, o tratamento que vem obtendo os melhores resultados tem se baseado em associar dois importantes itens: psicoterapia e medicação. Enquanto o primeiro auxilia a compreensão dos motivos do pânico e estimula as mudanças de atitudes necessárias para eliminá-lo, os medicamentos, em casos mais intensos, garantem o equilíbrio necessário ao paciente.

Geralmente, o processo da psicoterapia dura alguns meses. Se bem conduzido, em um primeiro momento, evita consideravelmente as crises ou pelo menos reduz a intensidade e frequência delas. Assim, a pessoa passa a aprender mais sobre os seus sintomas, sobre si e, principalmente, a agir em conformidade com essas (novas) descobertas e percepções. O paciente se tornará o próprio agente da mudança de seu estado.

Se você estiver passando por um ataque de pânico ou ver alguém em um, procure se acalmar e tranquilizar a pessoa, além de ter consciência de que a situação tem prazo de validade.

O governo federal oferece alguns pontos de atendimento. Entre eles, estão o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e o Centro de Atenção ao Psicossocial (CAPS). Informe-se em sua região e verifique a disponibilidade.

Pesquise:
portal.saude.gov.br/portal/saude/
dab.saude.gov.br


“80% das causas diagnosticadas são atribuídas ao estresse”
(Andreia Tonão, psicóloga)


1 - Como identificar o problema?

Primeiramente, devemos identificá-lo com a ajuda de um psiquiatra e, posteriormente, um psicólogo, que irá analisar os sinais e sintomas. Somente assim, teremos um diagnóstico correto.

2 – Quais as principais características apresentadas?

As principais características são taquicardia, sudorese, tremores, dispnéia,náuseas,formigamento em membros ou nos lábios. Nas crises intensas, os pacientes podem experimentar diversos graus de despersonalização, como sensação da cabeça ficar leve, de o corpo ficar estranho, perda do controle, autoestranhamento e desrealização (sensação de que o ambiente está estranho, não familiar).

3 – Quais os tratamentos mais indicados nesse caso?

O tratamento deve iniciar com ajuda de um psiquiatra, que utiliza alguns medicamentos, geralmente, antidepressivos ou ansiolíticos. Eles são acompanhados de psicoterapia para aliviar as sequelas no qual a medicação não atua.

4 – De que forma as pessoas mais próximas devem agir visando uma efetiva melhora?

O apoio e a compreensão da família e dos amigos são fundamentais em todos esses casos. É importante também que parte deles tenha o conhecimento mais aprofundado da doença, pois, assim, conseguirão auxiliar para que o tratamento se processe de forma mais rápida e eficaz.

5 – Existe cura?

A síndrome do pânico tem cura, sim. O ideal é fazer uso de itens importantes: os medicamentos, a psicoterapia e, o principal, a vontade de se curar.

6 – É possível evitá-la?

Não há dúvidas de que seja possível evitar a síndrome. Até porque 80% das causas diagnosticadas são atribuídas ao estresse. Seguindo algumas recomendações, diminuiremos esse risco. Entre elas, cito dormir bem, fazer atividades físicas, relaxar, respiração completa e profunda, fazer as refeições calmamente, evitar café, comer frutas e ser menos rigoroso consigo mesmo. Assim, estaremos mais próximos de uma vida mais saudável e feliz.

7 – Como a Psicologia colabora nesses casos?

Ela trabalha a ansiedade, as fobias e a mudança de atitude do paciente perante a doença. Volto a repetir: o entrosamento e a vontade de se curar são fundamentais para o sucesso do tratamento.

Tadeu Inácio
Matéria divulgada na edição 40 da Revista Mais Destaque


domingo, 26 de junho de 2011

Projeto Tesourinha é premiado no 12º Cosmo Beauty Congress



Ivan Stringhi esteve presente no congresso de beleza, saúde e bem-estar organizado pela Vita Derm Hipoalergênica, no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo. Sob o tema "Beauty em 3D", o evento premiou alguns destaques do mercado da beleza entre os dias 19 e 20 de junho, entre eles o Projeto Tesourinha.

Stringhi, idealizador deste trabalho social, subiu ao palco para receber o Trófeu Ulrica D'orey de Beleza na categoria Projeto Social Destaque. Emocionado e satisfeito, ele destacou o trabalho de toda a equipe nestes quase 20 anos de dedicação à sociedade, carente de oportunidades.

“É um grande prazer poder receber esse prêmio em uma data tão especial. Não posso deixar de citar todas as pessoas que fizeram e fazem a história do Projeto Tesourinha. Tenho um time muito forte, inclusive as empresas parceiras e apoiadoras, que colaboram efetivamente para a continuação desse sonho”, destaca.



Mais de seis mil participantes de todo o País compareceram ao evento e puderam conhecer mais a respeito de temas do segmento de estética: reestruturação cutânea facial, tendências e atualidades em princípios ativos, pré e pós-operatório em mamas e protocolos de eficácia para hipotonia (flacidez muscular), celulite e adiposidade.



Conheça mais sobre o Projeto Tesourinha no site:
www.projetotesourinha.org.br

Tadeu Inácio
http://ivanstringhi.com.br/?intSecao=2&intConteudo=41

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Turma de soldados feminina da PM recebe Ivan Stringhi



A Escola Superior de Soldados, localizada em Pirituba, recebeu o hair stylist Ivan Stringhi durante evento de recepção à nova turma de soldados feminina da Polícia Militar do Estado, realizado no final de maio. Na ocasião, o cabeleireiro teve a oportunidade de conhecer o trabalho da corporação, além de palestrar sobre a importância da beleza e ensinar dois novos “looks” às aspirantes.



Depois de seis anos, foi a primeira turma feminina a ingressar no curso. Em meados de 2012, as 172 soldados que estiveram no evento estarão aptas para o exercício da profissão. Stringhi falou sobre a preocupação de manter uma boa postura em relação à beleza também no ambiente profissional, e ensinou dois penteados à turma: um chanel e um coque (para as militares de cabelo comprido). Uma aspirante ainda teve a oportunidade de receber um corte demonstração.

Ao final, o cabeleireiro agradeceu a recepção e o carinho de todos, com destaque à Tenente Coronel e Comandante da Escola de Formação de Soldados, Rosa de Cássia Suzuki. “Sou muito grato a todos por me receberem tão bem. Espero ter deixado algo de útil na vida de cada uma delas. Foi um imenso prazer”, discursou.



Tadeu Inácio

http://projetotesourinha.org.br/?intSecao=10&intConteudo=80

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Bullying? Presente!



Ataque psicológico, físico e social. Como você se sente quando é intimidado ou humilhado?

Presente nas sociedades ao redor do mundo contemporâneo, este problema é conhecido como bullying (bully = “valentão” em inglês). O termo abrange todas as formas de atitudes agressivas, físicas ou verbais - intencionais e repetitivas - que ocorrem sem motivos evidentes. Costumeiramente, são exercidas por um ou mais indivíduos. O objetivo dos agressores é intimidar a vítima sem que ela tenha a capacidade de defesa. Relação desigual de forças e poder.

Abalo emocional, dor, aflição e angústia a adultos e crianças. Desejo de dominar ou atacar pessoas vistas como mais sensíveis ou retraídas, visões preconceituosas sobre indivíduos considerados diferentes da maioria, excluir do convívio social os que se destacam intelectualmente. Muitos são os motivos para que a prática do bullying ocorra. O problema pode acontecer em qualquer ambiente onde há interação entre pessoas: escolas, universidades, na própria família, no trabalho, na vizinhança, entre outros.

O bullying começou a ser estudado na região da Escandinávia (norte europeu) nos anos 70, pelo pesquisador sueco Dan Olweus, professor da Universidade de Bergen, na Noruega. Ele passou a analisar o tema porque percebeu haver um alto índice de relação entre suicídios e vitimização de maus tratos no ambiente escolar. No Brasil, as pesquisas começaram em meados do ano 2000.

Recentemente, o portal Brasil Escola realizou um estudo sobre o tema com alunos de instituições públicas e particulares. Os pesquisadores revelaram que as humilhações típicas do bullying são mais comuns entre os estudantes da 5ª e 6ª séries. O destaque negativo da pesquisa ficou por conta de Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. O trio aparece à frente no ranking de maior incidência dessa prática no País.

De acordo com especialistas, o problema se divide em duas denominações: o bullying direto (forma comum entre os agressores masculinos), e o indireto (constante entre mulheres e crianças, tem como característica o isolamento social). Geralmente, em ambos os contextos, as vítimas temem o agressor em função das ameaças ou mesmo a concretização da violência. Enquanto isso, as testemunhas se calam. O silêncio surge como propósito de não ser o próximo da lista.

Atenção na escola e no emprego

O número de vítimas aumenta a cada dia. Um dos casos mais emblemáticos fora revelado há pouco tempo. O presidente dos EUA, Barack Obama, durante um evento sobre a prevenção do bullying, na casa Branca, afirmou ter sido vítima deste problema quando era estudante. Ele ressaltou a necessidade de combater o problema, que, segundo o governo norte-americano, atinge 13 milhões de crianças a cada ano no país.

Não podemos deixar de citar a tragédia ocorrida na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo (RJ), no início de abril, que culminou com a morte de 12 crianças (até o fechamento desta edição) e alguns feridos. Depoimentos colhidos na investigação pela polícia fluminense indicaram que o atirador Wellington Menezes teria sido vítima desta prática durante o período escolar. "Desde pequeno ele tinha distúrbio mental e sofria isso que chamam de bullying", diz A., seu irmão adotivo de 44 anos.

Os agressores não fazem distinção de camadas sociais e estão presentes em escolas públicas e particulares em todo o mundo. No Brasil, 21% dos casos registrados ocorrem dentro da sala de aula. Esses dados foram obtidos na pesquisa “O Bullying Escolar no Brasil”, organizada pela Plan Internacional - ONG voltada para os direitos da infância -, que ouviu mais de cinco mil alunos, entre 5ª e 9ª séries, além de professores, gestores de ensino e familiares de estudantes.

No Sudeste, 47% dos estudantes declararam ter vivenciado situações assim. No Norte, este número cai para 23%. Os pesquisadores identificaram que o problema é mais frequente no Ensino Fundamental, a partir da 5ª série. Os meninos costumam apelar com agressões físicas, enquanto as garotas optam pelos atos verbais ofensivos.

Pioneira, a pesquisa ainda aponta que tanto a vítima quanto o agressor tendem a baixar seus respectivos rendimentos escolares. O primeiro passa a maior parte do tempo angustiado, enquanto o segundo perde tempo e se distrai mais. As instituições de ensino, geralmente, não admitem a ocorrência do problema entre seus alunos, desconhecem ou se negam a enfrentá-lo.

No entanto, os desprazeres sofridos pelas vítimas não se restringem apenas às escolas ou aos mais jovens. Eles também podem ser encontrados no ambiente de trabalho. A opinião recorrente entre os especialistas é que esse comportamento seja mais comum entre profissionais que ocupem cargos de chefia. Todavia, também pode ser diagnosticado em um colega da mesma hierarquia. Mas atente-se: é preciso saber diferenciar essa situação de um conflito normal de trabalho.

Infância: Presente e futuro comprometidos

Segundo a psicóloga Maria Maldonado, membro da American Family Therapy Academy, “o bullying sempre aconteceu em todas as escolas, mas por muito tempo a sociedade o considerou ‘brincadeira de criança’ (inclusive os apelidos) e não deu maior importância ao tema”. Por sua vez, as testemunhas, na grande maioria, convivem com a violência absolutamente caladas.

Além disso, os jovens que passam por estas situações podem se tornar adultos com baixa autoestima, negativos, com problemas de relacionamento ou até adquirir comportamento agressivo. Quando o caso é de situação extrema, a vítima pode tentar ou cometer suicídio. A intimidade e o diálogo podem contribuir neste processo. Pais atentos podem identificar o problema.

“Devemos estar atentos a cada indivíduo como um ser único. É importante valorizar o diálogo para ser criado um espaço de confiança entre o profissional e o paciente para, posteriormente, encontrar uma possível saída que amenize o sofrimento. O psicólogo ajuda os pacientes a retomarem as habilidades que estão ocultas devido ao trauma”, analisa a psicóloga Andreia Menezes.

Sinal de alerta aos pais

Cada qual tem a sua particularidade e absorve o bullying de uma maneira. Geralmente, as vítimas apresentam algumas características em comum:

- Não querer ir às aulas;
- Dor de cabeça, de estômago, suor frio;
- Baixa concentração;
- Queda do rendimento escolar;
- Tensão, preocupação e cansaço;
- Frustração e inquietude física.

Vítima e autor: é preciso escutá-los

Os pais têm um papel muito importante na formação dos filhos. E devem criar desde cedo o hábito do diálogo sobre o cotidiano e estabelecer relação de confiança. “No decorrer deste trajeto pode acontecer algo inesperado e devemos saber lidar com a situação adversa. Incentive, ouça e acredite no que a criança relata. Depois, procure a ajuda de um profissional”, acrescenta Andreia. Há um consenso de que os pais nunca devem ignorar ou minimizar o problema da criança, tampouco estimular a agressão ou revide.

Por outro lado, o autor das agressões costuma ser uma pessoa com pouca empatia e pertencente a uma família desestruturada. Os pais que passam por esta situação devem mostrar ao filho que se divertir à custa do sofrimento dos outros é inaceitável. É de grande valia destacar que ele pode desenvolver outras maneiras de se sobressair utilizando habilidades pessoais.



Cyberbullying

Infelizmente, os meios tecnológicos (que seriam teoricamente para melhorar e facilitar nossas vidas) são utilizados para a prática do que ficou conhecido como “cyberbullying”. Nele, as variadas ferramentas da web são usadas para caluniar e perseguir pessoas perante a “sociedade virtual”. O Facebook, por exemplo, anunciou recentemente a criação de ferramentas para combater a atividade dos agressores.

Líderes políticos europeus estão de olho neste assunto e nos dão um bom exemplo. O projeto de internet segura, organizado pela União Europeia, investirá até 2013 quase 55 milhões de euros (R$ 127 milhões) no combate a conteúdos ilegais e materiais ofensivos. No Brasil, os projetos ainda engatinham...

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou no final do ano passado uma cartilha para ajudar pais e educadores brasileiros a prevenir o bullying nas suas comunidades e escolas. O material está disponível gratuitamente na internet. Vale a pena conferir.

Contudo, o ideal é toda a sociedade trabalhar, principalmente junto aos mais jovens, o conceito de que agressão não é diversão. Mudar certas condutas é imprescindível.

Tadeu Inácio
*Texto publicado na edição 38 da Revista Mais Destaque, seção Comportamento

terça-feira, 22 de março de 2011

Estresse, um "amigo" íntimo



Um dos maiores problemas enfrentados na primeira década do século 21 cresce a cada dia e atinge milhões de pessoas. A dura rotina contribui para o crescimento no número dos casos. No Brasil, as mulheres lideram as estatísticas


Família, casa, relacionamento, trabalho, problemas pessoais e emocionais, insegurança trânsito, contas a pagar, obrigações diárias... Ufa! Todos estes itens estão presentes na rotina de cada um de nós, e tornam-se cada vez mais evidentes em função do ritmo acelerado que vivemos. No entanto, as particularidades de cada ser, envolvido em suas reações e emoções, fazem com que a absorção dos impactos gerados oscile entre o completo bem-estar e a preocupação plena, o desgaste, popularmente conhecido como estresse. Ele não deve ser encarado como uma doença, mas, sim, uma reação do organismo a uma ou mais sobrecargas.

Algumas mudanças em nossas vidas têm o potencial de causar estresse, tanto as boas quanto as más. Então, a situação ocorre de forma gradativa e variada, dependendo da intensidade do acontecimento, que pode ir desde a morte do cônjuge - o índice máximo na escala definido pelos especialistas - até pequenas infrações de trânsito ou mesmo a saída para as sonhadas férias. De modo agudo ou crônico, certos eventos em nossas vidas são capazes de gerar estresse, que caracterizam a situação de trauma (lesão ou dano) psíquico.

Atualmente, a incidência do estresse no Brasil atingiu números relevantes: 32% da população adulta sofrem com esse problema. As mulheres correspondem à maior parcela atingida. Talvez, as mudanças no papel e deveres assumidos da mulher do século 21 seja o grande fator para que isso ocorra. A multiplicidade de papéis, aliando as responsabilidades profissionais com as responsabilidades de cuidar da casa e dos filhos é um dos principais motivos que fazem as mulheres liderarem tais estatísticas.

Outro fator a ser analisado é a globalização e o avanço de novas tecnologias. Elas são apontadas pelos especialistas como o grande motivo existente em prol deste problema, pois exigem adaptações constantes, e todo processo de adaptação tem o poder imediato de desencadear o processo estressante. “O Brasil, como todo país em desenvolvimento, está no centro de um processo de mudanças intensas, incluindo mudanças de valores, princípios, hábitos, tecnologia, pensar e fazer. Assim, o estresse vai se tornando cada vez mais frequente”, afirma Marilda Lipp, doutora e fundadora do Centro Psicológico de Controle do Stress (CPCS) - primeira entidade na América Latina destinada a pesquisar este problema.

Vivemos o milênio das mudanças, da reorganização mundial, do entrosamento e globalização de valores e da transferência de tecnologia. Os problemas relacionados ao estresse são grandes, mas temos a capacidade de aprender estratégias para enfrentá-los. “Mais do que nunca, é preciso - e possível - desenvolver mecanismos de adaptação que garantam não só a sobrevivência, mas também uma vida de melhor qualidade para todos nós”, completa Lipp.

Autoridades gabaritadas na área da saúde analisam o estresse como resultado de uma reação que o nosso organismo tem quando estimulado por fatores externos desfavoráveis. Deste modo, nestas circunstâncias, a primeira coisa que ocorre em nosso corpo é uma considerável descarga de adrenalina. Os órgãos sentem, e muito. Dentre eles, os mais afetados são os que constituem o aparelho circulatório (sangue, coração e vasos sanguíneos) e o respiratório (pulmões, faringe, laringe e traqueia).

De acordo com os médicos, no aparelho circulatório, a carga de adrenalina promove a aceleração dos batimentos cardíacos, conhecido como taquicardia, e uma diminuição do tamanho dos vasos sanguíneos periféricos. Sendo assim, o sangue circula mais rapidamente e gera uma melhor oxigenação, principalmente dos músculos e do cérebro. Por sua vez, o aparelho respiratório sofre com a dilatação dos brônquios, induzindo o aumento dos movimentos respiratórios para que haja maior captação de oxigênio. Descontrole da pressão arterial também pode ser um sintoma.



Estresse infantil

As pesquisas sempre trazem novos dados e assuntos relacionados ao tema. Há 20 anos, não se cogitava falar de estresse em crianças, por exemplo, e hoje se sabe que elas também sofrem com este mal.

Crianças que não conseguem saber claramente o que estão sentindo acabam se passando por malcriadas ou birrentas, quando na verdade estão sofrendo a ação do estresse excessivo. É importante que os pais ou as pessoas responsáveis estejam atentos a isso.

O problema pode ser dividido em três etapas:

1ª - Ação
Os estímulos estressores começam a agir. Nosso cérebro e hormônios reagem rapidamente, e percebemos os seus efeitos. Geralmente, não notamos o trabalho silencioso do estresse crônico nesta fase.

2ª - Resistência
Aparecem as primeiras consequências mentais, emocionais e físicas do estresse. Perda de concentração mental, depressão, palpitações cardíacas, insônia, baixa de resistência, dores musculares ou dores de cabeça frequentes são os sinais evidentes. Mas muitas pessoas ainda não conseguem relacioná-los ao estresse.

3ª - Exaustão
Esta é a fase em que o organismo capitula aos efeitos do estresse, levando à instalação de doenças físicas ou psíquicas.

É possível combatê-lo

Com o tempo e a experiência adquirida aprendemos a controlar e conviver com os problemas encontrados durante a vida e que nos causam ansiedade. Porém, cada pessoa tem um limite de problemas que consegue administrar, isso é individual. Não precisamos nos livrar de todos os problemas para melhorar. É fundamental encontrar a quantidade certa para que possamos administrá-los de maneira calma, sem estressar.
Não pense que existe uma solução mágica para combater o estresse. Não, absolutamente. O combate a esse problema exige algumas medidas. Quaisquer que sejam as dicas orientadas, o reconhecimento do problema é o primeiro passo para a cura. Programe o que fazer, o importante é tentar e mudar, independente do tempo e da idade.

Priorize a sua saúde:

- Apegue-se a Deus. Ore;
- Faça exercícios físicos ou pratique esportes regularmente. As atividades são capazes de aliviar as tensões causadas;
- Arrume um hobby ou um passatempo. Isto ajuda a desviar a sua atenção e revigora seu corpo e mente;
- Controle sua dieta. Uma alimentação completa e regrada faz a diferença na sua vida e o deixará mais perto do almejado bem-estar;
- Procure conversar mais, melhore o seu relacionamento. Esta atitude não vai curá-lo, mas ajuda a aliviar as tensões do dia a dia.
- Procure sair de férias, se for possível, e deixe de se preocupar tanto.

Aproveite as férias e “desestresse-se”!

Não leve o estresse para suas férias. Muitos viajam, mas poucos sabem relaxar. Descubra porque isso ocorre e veja como driblar os problemas relacionados às tensões.
Período de férias, alta temporada. As pessoas buscam dias de descanso, sem as apertadas gravatas e os saltos nos sapatos, no caso das mulheres. Repor as energias perdidas na incessante rotina. Ficar de “pernas pro ar” é o sonho da maioria. Desfrutar momentos de paz e sossego com a companhia dos familiares e amigos.
Exercícios físicos; alimentação adequada; desenvolvimento da espiritualidade; psicoterapia; mantenha as expectativas sob controle; esteja pronto para os imprevistos.

E quando essas sensações passam? Como reage o nosso organismo? Quando o perigo vai embora nosso organismo para com a super produção de adrenalina e tudo volta ao normal. Todavia, o mundo de hoje e todas as situações a que somos submetidos não são tão simples assim. Os problemas sempre estão “por perto”, logo ali. É necessário saber lidar com estas situações para que a saúde não seja debilitada. Seja maior que seus problemas, supere seus desafios.

Tadeu Inácio

Texto publicado na edição 36 da Revista Mais Destaque

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

7 anos da Revista Mais Destaque - Celebrar é preciso


Rafaela Pinho lançou seu novo CD

Evento em comemoração ao sétimo aniversário da MD reuniu aproximadamente mil pessoas, em duas sessões, no Teatro Gazeta

“O Presente. Sete anos de história. Motivos de sobra para comemorar”. Os dizeres que estampavam os painéis na entrada do Teatro Gazeta, localizado na Avenida Paulista - cartão postal de São Paulo -, no último mês de novembro, não poderiam traduzir de maneira melhor o sentimento presente na celebração do sétimo aniversário da Revista Mais Destaque (MD). Dividido em duas sessões, o evento contou com a presença maciça de mais de mil pessoas e com diversas participações especiais. As cantoras Laura Morena – que lançou o CD “Manhã” - e Rafaela Pinho, o quarteto Ministério JASD, o grupo Arte Viva, a Orquestra do UNASP - 1, além do pastor Neumoel Stina e do apresentador Ronaldo Fagundes marcaram presença.

A ocasião marcou para sempre a história da revista, que tinha o plano de transmitir a mensagem da volta de Jesus em seu “Presente”. Em uma ocasião ímpar como esta, não faltaram pessoas que ao longo de toda esta estrada participaram ou, em alguns casos, ainda participam efetivamente de cada conquista, a cada edição lançada bimestralmente. Familiares, amigos, leitores, anunciantes ou meros admiradores. Cada um esteve presente com o coração aberto para agradecer ao Senhor por tudo o que ocorre em nossas vidas.

Regida pelo pastor Williams Costa Jr., a orquestra do UNASP – 1, composta por 45 componentes, abriu a programação em grande estilo. Em seguida, subiu ao palco o quarteto Ministério JASD. Ao som de “Entregue em Tuas mãos o amanhã”, os músicos levaram uma belíssima mensagem ao público presente.

Agradecido pela participação, um dos cantores do quarteto, Marcos Camilo, se surpreendeu com as instalações oferecidas pelo teatro e os serviços proporcionados pela equipe de apoio, o conhecido ‘staff’. “Achei uma estrutura profissional, que vemos apenas em DVD’s norte-americanos. Tive a oportunidade de conversar, ao término do evento, com algumas pessoas. Todas afirmaram que saíram ‘alimentadas espiritualmente’ para enfrentar a semana e as dificuldades da vida. Isso me deixou muito satisfeito e honrado. Oro sempre para que a revista siga com este trabalho de evangelização”, disse.

Após a apresentação do Ministério JASD, entrou em cena o grupo Art Viva. Atualmente, o mercado tem descoberto a eficácia em usar os bonecos como meio de instruir, educar e apresentar informações culturais. Com mais de dez anos de existência, o grupo tem se notabilizado pelo manuseio de alguns personagens. Durante o evento, a plateia pôde se divertir com a performance da primeira – e experiente – boneca do grupo, Luíza. Por sinal, esta personagem tem livros lançados e faz parte de alguns projetos educativos.

“Para nós, do Grupo Art Viva, é uma satisfação estarmos aqui. Convivemos com o Marcelo desde o princípio da revista. Vemos a luta que ele tem em levar adiante este projeto. É uma benção de Deus. Em relação à peça, ela tem tudo a ver com a história da revista, pois enfrentamos algumas situações sempre com a Palavra de Deus à frente. É uma oportunidade de demonstrarmos o trabalho do Departamento Infantil existente na igreja”, conta Luiz Gesini.


Laura Morena emocionou o público

Milagre e confiança no propósito

Em sua pregação, o pastor Neumoel Stina relatou um milagre ocorrido na vida de um menino de apenas três anos de idade. Debilitado por uma fortíssima pneumonia, o pequeno, graças às bênçãos do Senhor e muita oração de seus familiares e amigos, conseguiu se recuperar.

“Pois eu sou o Eterno, o seu Deus, o Santo Deus de Israel, o seu Salvador. Dei como pagamento o Egito, a Etiópia e Seba a fim de que você fosse meu” (Isaías 43:3).

“A revista representa muito, porque ela consegue alcançar as pessoas não alcançadas por outras publicações da igreja. Os assuntos abordados são importantes e de alta relevância. As pessoas com que eu tenho conversado têm dado depoimentos muito favoráveis à publicação”, diz o pastor Neumoel Stina.

Ao falar da revista e do evento, o pastor não poupou elogios e enfatizou o real intuito da publicação. “Faço questão de parabenizar a equipe que cuida da revista. É um trabalho bonito, diferenciado. Um trabalho de Deus. Que ela possa prosperar até a volta de Jesus. Que ela continue crescendo para a glória de Deus e salvação das pessoas.”

Entre uma atração e outra, nos bastidores, conversamos rapidamente com o jornalista da Rede Novo Tempo e ex-integrante da equipe MD, Márcio Basso. Atencioso, ele contou um pouco sobe a sua relação com a revista ao longo destes anos. “Eu vejo o que Deus tem feito no trabalho desta revista. Sete é um número perfeito. Acredito em todo este trabalho, em toda a equipe, e todas as pessoas que já participaram e participam. Deus tem feito que a história desta revista seja cada vez melhor”, afirma.

A linha editorial e o conteúdo disponibilizado bimestralmente nas edições agradam ao jornalista. “A MD é um elo entre muitas instituições da igreja e o meio adventista, porém também é direcionada às pessoas não adventistas, não cristãs e àquelas que desejam conhecer o Senhor e a Sua Palavra. Espero que a revista continue sendo livre, e que possa falar abertamente do amor divino. Agradeço a Deus por fazer parte dela e de toda esta história”, relata.

Ambas as sessões contaram com a participação importante do público. Emoção e comprometimento. A dona-de-casa Anadir Romeiro esteve presente e traduziu seu sentimento em palavras. “Com Deus à frente não poderia ser diferente, o sucesso é garantido. Parabenizo toda a programação. Linda, espetacular, consagrada e iluminada. Que Deus continue abençoando este ministério a levar a mensagem de Jesus a outras pessoas”, conta emocionada.

Sob a voz encantadora da cantora Rafaela Pinho, o público ouviu as canções “Caminho, Verdade e Vida”, “Máscaras” e “O seu amor”. Com sete anos de carreira, a fluminense, que está trabalhando com o seu terceiro álbum, disse estar “honrada por ter cantado e participado” da noite de celebração.

A sequência da programação marcou o lançamento do aguardado CD “Manhã”, da afinada Laura Morena. No palco, a cantora mostrou mais uma vez o seu talento. Acompanhada pela orquestra Jovem do UNASP – 1, ela cantou algumas canções, como “Nosso Salvador”, “Liberdade” e “Encontrei a Solução”, emocionando a plateia. O telão apresentou algumas cenas da produção deste novo trabalho.

“Poucas pessoas têm a oportunidade de ter um pai produtor, pianista, arranjador, e eu tenho. Se não fosse ele, junto ao meu irmão, o projeto não teria saído. Tenho o privilégio de ter a minha família envolvida ativamente, me ajudando. Além de tudo o que o Senhor me deu, tenho todos eles”, analisa Laura Morena.

O nascimento de um sonho evangelístico

Em meados de 2003, o cenário vivido ao redor do mundo nos trazia desconfiança e temor. Mudanças políticas, crise financeira mundial e o risco de uma pandemia. No Brasil, o início do governo Lula. Nos nossos “hermanos” argentinos, a posse de Néstor Kirchner, falecido recentemente. Os rumores de guerra no Iraque, o medo dos mísseis, e a explosão do ônibus espacial Colúmbia no espaço aéreo norte-americano. A captura do ditador Saddam Hussein...

Ao longo destes sete anos, o objetivo da revista sempre foi aliar a Palavra do Senhor, por meio do evangelho e dos princípios de Deus, e a informação, com temas de apelo social e de fundamental relevância nos dias de hoje. Enfim, como um ministério voltado à igreja, contribuir positivamente na vida de milhares de pessoas, cristãs ou não, trazendo uma mensagem de paz, amor e que agregue conhecimento, as encaminhando ao Criador.

Durante este período, a MD passou por diversas e significativas mudanças. Alterações no formato, logotipo, diagramação, impressão e tiragem são algumas delas. “Todas elas ocorreram com um só intuito: proporcionar uma leitura de mais qualidade a todas as pessoas que gostam e acompanham o trabalho. Crianças, jovens, adultos e ‘a boa idade’, não importa. Cada qual tem o seu espaço e assuntos inerentes à faixa etária”, acredita o diretor Rafael Sampaio.

Os antenados na rede mundial de computadores, a internet, também não ficaram de fora quando o assunto envolve as mudanças ocorridas recentemente. Para tanto, foram criadas nos últimos meses ferramentas visando uma participação e aproximação maior entre a revista e o público leitor. Orkut, site e blog já se tornaram praticamente obsoletos se compararmos o atual nível de crescimento e desenvolvimento visto em toda a web. Recentemente, foram inseridos na rede perfis no Facebook e no Twitter. Ah! Vale lembrar que o nosso novo site está em fase final de desenvolvimento, quase pronto para entrar no ar.

Por sinal, a equipe engajada neste projeto – leia-se sócios, jornalistas, colaboradores, parceiros e anunciantes – acredita que o caminho a ser percorrido seja grande, mas nos encontramos na direção correta. “A aceitação e o incentivo de todas as pessoas envolvidas nos fazem crer que o objetivo, pouco a pouco, vem sendo alcançado”, analisa o diretor Marcelo Inácio.

Revista Mais Destaque - a palavra que importa

Tadeu L. Inácio

*Texto publicado na edição 36 da revista Mais Destaque

www.maisdestaque.com.br

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O Verdadeiro Sentido


“O Senhor tem formas interessantes de se comunicar conosco. Hoje, depois de ter vivido essa experiência, eu canto as músicas do meu disco para mim, mais do que tudo. As letras falam duplamente ao meu coração. Tudo faz sentido.”

As palavras da cantora Laura Morena sintetizam a fé e o espírito que devemos possuir ao nos deparar com as adversidades e provações existentes em nosso viver. Não desanimar e entregar-nos de corpo e alma a Ele.

O ano de 2009 foi muito diferente, em vários aspectos, na vida de Laura. Depois de um ano e meio trabalhando no desenvolvimento do CD “Manhã”, ela estava satisfeita por ter terminado todo o vasto trabalho. Tudo gravado. O lançamento do álbum estava previsto para o mês de outubro e, depois disto, viagens e apresentações para a divulgação das novas canções.

Curiosamente, no mês de setembro, depois de ser submetida a alguns exames, a cantora teve (infelizes) novidades. Os médicos diagnosticaram algo estranho com o seu nódulo de tireóide, existente há mais de um ano. “Depois de vários exames, o conselho médico decidiu que eu passasse por um processo cirúrgico para verificar a natureza daquela pequena eminência”, relembra Laura.

A maior preocupação de todos, inclusive da paciente, não era o câncer de tiróide (para muitos médicos o mais simples de se tratar), mas, sim, a região em que a cirurgia teria que ser feita. Isto é, a intervenção poderia interferir no futuro do desempenho vocal de Laura. Segundo ela, “isso era amedrontador. Do dia para a noite, eu era uma cantora, com um disco prestes a ser lançado, sem saber ao certo se conseguiria cantá-lo.”

Poucos dias depois a cirurgia foi realizada. No entanto, a preocupação ainda permanecia, sobretudo por uma notícia inquietante revelada pelo médico. “Para minha triste surpresa, era um tumor maligno. Não permiti que a minha paz e minha confiança fosse abalada por aquele acontecimento. Graças a Deus, eu estava rodeada de familiares que não me desampararam em nenhum momento”, diz a cantora.

Confiar nAquele que sempre está nos amparando e confortando em todas as situações certamente compreende um grande aliado contra as dores, tristezas e dúvidas espirituais. “Contudo, não fiquei desesperada em nenhum momento. O Senhor Deus me deu uma paz imensa. Fiquei duas semanas inteiras sem falar e três meses sem cantar”, relata.

O pós-operatório trouxe à tona uma situação inusitada na vida da cantora: reconhecer a sua própria voz. Depois da cirurgia e do tempo de recuperação, ela passou a ter medo de cantar e não conhecia mais os meus limites vocais. Uma estranha sensação a qualquer profissional da música.

A confiança em seu talento voltou em um culto de sábado, graças a pedidos de pessoas que não sabiam do seu problema. “Ao visitar uma igreja, fui convidada para cantar. Apesar do meu medo, meu pai decidiu que tocaria a música ‘Em Louvor a Jesus’. Fui para o púlpito pela fé. Quando comecei a cantar, minha voz estava lá, perfeita”. O louvor se encaixou perfeitamente para o momento: “Quero viver a vida cantando, em louvor a Jesus. Quero viver testificando, desse amor infinito, bendito, bonito.”

Desde então, tal receio não existe mais na vida de Laura. Seu desempenho vocal está exatamente como antes. Miraculosamente, a cirurgia não atrapalhou em nada. “O Senhor me restaurou e me fez entender que é a Ele que tenho que servir os meus talentos”, encerra emocionada.

Tadeu L. Inácio

*Texto da seção Aconteceu Comigo, da edição 35 da revista Mais Destaque / www.maisdestaque.com.br