quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Interatividade Educacional



O atual estágio da metodologia escolar permite situações jamais vistas. Alguém aí com mais de 30 anos de idade já tirou suas dúvidas com o professor sem sair de casa?

Conectividade e interação são grandes marcas de nossa época. Um simples clique em cada link espalhado pela internet nos oferece o que podemos chamar de “passaporte para o mundo”. A sociedade contemporânea vem passando por grandes transformações. Não citar o desenvolvimento no aspecto tecnológico entre as principais delas seria uma posição contrária ao bom senso. Afinal de contas, qual o jovem da atualidade que não se sente à vontade ao fuçar nas mais diversas “engenhocas”? Os benefícios podem somar - e muito! -, inclusive no aspecto da educação.

Entre os beneficiados, basicamente, identificamos a “Geração Z” (termo utilizado para definir os jovens nascidos a partir dos anos 80), que, como não poderia deixar de ser, foi criada em meio a uma avalanche de itens tecnológicos. Por meio deles, é possível estabelecer uma nova relação entre docentes e discentes. Um trecho do artigo publicado no portal da Educação Adventista por Ana Angélica Fernandes sintetiza bem esse raciocínio. “Segundo Peters (2003, p. 34), existe um dilema didático que diz: ‘Não bastaria proporcionar aos estudantes apenas um estudo próprio isolado com a ajuda de materiais didaticamente elaborados. Pelo contrário, dever-se-ia possibilitar-lhes, em primeiro lugar, o diálogo..., porque nisso consistiria o verdadeiro fundamento do ensino científico. (sic) ’”

A Educação Adventista, por exemplo, é um caso eficaz desse recente processo metodológico. Blogs de professores, materiais para pesquisa, artigos, conteúdos didáticos, entre outras ferramentas, atingem em cheio a atenção dos alunos. O uso de toda essa tecnologia da informação e comunicação por parte dos professores - a partir do 5° ano ao Ensino Médio - busca viabilizar a interação junto aos alunos em formação. “A velocidade da informação mudou e a quantidade de tecnologia que temos disponíveis é muito grande. Com isso, a educação tem que fazer seus ajustes devidos para que não fiquemos alheios as questões dessa geração”, analisa a professora Jonice Martini, coordenadora pedagógica do Colégio Adventista de Bauru (Associação Paulista Oeste - APO).

Uma das ferramentas mais utilizadas atualmente nessa relação de interatividade são os blogs, que representam uma maneira simples e rápida de debater assuntos pertinentes diversos. O tema é absolutamente livre, e pode ir desde a apresentação de um projeto, de uma disciplina, até comentários sobre política, como um diário, ou links para sites como indicação. Enviar fotos, vídeos e outros arquivos também estão ao nosso alcance. “Blogar”, como dizem, é muito mais do que colocar seus pensamentos na web. É se conectar com e saber mais sobre quem lê ou comenta.

Atualmente, as ferramentas propiciam “regalias” nunca antes vistas. Um bom exemplo disso é o fato de o aluno poder tirar suas dúvidas do modo online, interagindo com o professor via web. Para Alex Landim, diretor de Marketing do Instituto Adventista Paranaense (IAP), é possível comensurar a importância desse aspecto na Educação Adventista. “A internet proporciona ao aluno a capacidade de desenvolver habilidades e oportunidades de expansão para seu aprendizado”, diz. Nesse aspecto, ele também enxerga nos blogs uma boa ferramenta educativa. “Eles são preparados para os estudantes participarem de uma rede onde o conhecimento é coletivo, construído e compartilhado. Os professores podem despertar o interesse nos alunos”, acrescenta.


“Geração Z”

A grande nuance dessa geração é zapear (daí o motivo pela escolha do nome). Essa juventude muda de um canal para outro na televisão. Vai da internet para o telefone, do telefone para o vídeo e retorna novamente à internet. Garotas e garotos dessa geração, em sua maioria, nunca conceberam o planeta sem computador, chats ou telefone celular. Por isso, são menos deslumbrados que os da Geração Y com chips e joysticks.

Sua maneira de pensar foi influenciada desde o berço pelo mundo complexo e veloz que a tecnologia produziu. Diferentemente de seus pais, sentem-se à vontade quando ligam ao mesmo tempo televisão, rádio, telefone e internet. Outra característica essencial dessa geração é o conceito de mundo que possui, desapegado das fronteiras geográficas. Para eles, a globalização não foi um valor adquirido no meio da vida a um custo elevado. Aprenderam a conviver com ela já na infância.

Enquanto os demais buscam adquirir informação, o desafio que se apresenta à Geração Z é de outra natureza. Ela precisa aprender a selecionar e separar o joio do trigo. E esse desafio não se resolve com um micro veloz. A arma chama-se maturidade. É nisso, dizem os especialistas, que os jovens precisam trabalhar. Como sempre.

Fonte: Revista Veja

Prós e contras: Nova relação com o conhecimento

Muitos debates e encontros são realizados para estabelecer novas diretrizes a esse assunto. Educadores de todo o Brasil buscam o consenso na metodologia para oferecer o melhor aos alunos da Rede Adventista. “Se a escola e os educadores não se ‘conectarem’ às novas tecnologias, certamente, as aulas ficarão desinteressantes para os alunos nascidos a partir da década de 90, a quem eu chamo de ‘nativos digitais’. As crianças já nascem com a sensibilidade de se jogar no mundo virtual o mais cedo possível. É, também, uma nova forma de se relacionar com o conhecimento”, analisa Jonice.

Toda essa tecnologia apresentada tem sido mais interessante às crianças pois trabalha muito com imagem e som. O contínuo conhecimento dessas tecnologias por parte dos professores fará com que as diversas ferramentas somem a favor das aulas, incrementando-as. Informação por si só, hoje todos temos, mas o que fazer com essa informação é o que o professor pode ensinar para seus alunos, com isso ajudando-os a filtrarem aquilo que melhor podem fazer com as tecnologias para se formarem na vida escolar.

Raquel Costa, aluna do 3° ano do Ensino Médio do Colégio Adventista de Bauru, destaca o uso dos recursos tecnológicos para facilitar a rotina. Vivendo o período pré-vestibular, a estudante enumera pontos positivos e negativos no uso da internet na educação. “Destaco as informações passadas em segundos, a facilidade para pesquisas, a comunicação e o conforto. Os contras ficam por conta da falta de socialização, o desinteresse por certas coisas fora do mundo real, a exigência pela rapidez e a acomodação”, conclui a jovem.

Cuidados a tomar
Pais: Primeiramente, eles são os responsáveis em dar ou não a oportunidade da criança ter o contato com as novas tecnologias. Esse contato é necessário, mas requer ressalvas. Portanto, desde cedo, procure dosar esse contato e não os permita se perderem no mundo da virtualidade. O mundo criado por Deus é ainda a melhor escola para todos.

Professor: Enquanto orientador na utilização da internet, os professores devem estar atentos às armadilhas da internet. Afinal, utilizá-la como meio de entretenimento e livre navegação pode se tornar mais atraente do que o exercício de concentração exigido pela pesquisa. Assim, é papel do professor evitar que os alunos se dispersem.



Essa interatividade educacional exige pegar um pouco de cada recurso - modernos ou não - para que as pessoas saibam valorizar seus esforços e desfrutar mais do mundo que Deus fez para nós.

Tadeu Inácio @Tadeu_Inacio
Conteúdo publicado na edição 40 da Revista Mais Destaque @maisdestaque