sexta-feira, 16 de abril de 2010

Vale a brincadeira?


Uma verdadeira febre entre meninas e meninos. Produzidas com silicone e de diversas cores, as “pulseiras do sexo” são usadas nos braços dos jovens. De uns tempos pra cá, a moda pegou de vez também por aqui, pelo Brasil. Em cada escola, nos cinemas, nas lanchonetes. A chance de você sair agora pelas ruas e encontrar esse objeto em algum jovem (ou criança) é grande, muito grande!

Essas pulseiras podem ser facilmente confundidas com mais uma daquelas modas que pega, como as fases dos patins in-line, do ioiô... E por aí vai. À primeira vista, uma singela e colorida pulseira de plástico nos pulsos de cada jovem pode parecer inocente e lúdica. Ledo engano.

O fato é que há uma mensagem por trás de cada uma delas. Na realidade, trata-se de códigos para algumas experiências sexuais. Cada cor significa um grau de intimidade, que vai desde um abraço até o ato sexual completo. Os adereços são arrebentados por garotos e, assim, as meninas têm que cumprir a ação correspondente à cor.

A “brincadeira”, que custa apenas alguns centavos em qualquer banca de esquina, teve origem no Reino Unido. Lá, elas são conhecidas como “shag bands” (pulseiras do sexo em tradução livre). O que mais incomoda é que, certamente, uma grande parcela dos seus usuários (e, principalmente, seus pais!) desconheçam o real sentido de todo o enredo.

Pode-se achar que se trata apenas de uma brincadeira de criança. Ou seja, que as pulseiras não significam que as meninas irão fazer o que as cores determinam. Pode até ser. Mas para quê correr esse risco? Em que isso agrega a vida de um(a) jovem?

Em contrapartida, há quem acredite (e eu sou um deles) que a prática expõe crianças ao contato com termos sexuais que elas não conheceriam de outra forma, promovendo, assim, a erotização infantil. Essa é apenas a ponta do iceberg.

Iminente perigo

Segundo a polícia, algumas mortes de jovens brasileiros podem ter ocorrido em função dessas pulseiras. Departamentos de Homicídios de alguns estados brasileiros investigam crimes em que foram encontradas as tais pulseiras ao lado das vítimas, em sua maioria jovens.

Em São Paulo, por exemplo, o uso da pulseira provocou polêmica entre pais, educadores e alunos. A facilidade e o baixo custo foram alguns dos assuntos colocados em xeque.

Projetos de lei que proíbem o uso das pulseirinhas nas escolas estão em discussão em algumas Câmaras de Vereadores em todo o Brasil: SC, MT, SP, RJ, AM etc.

Saudades de uma época em que as crianças se preocupavam apenas em brincar de bonecas e carrinhos...

Tadeu L. Inácio

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Jornalismo e o poder da comunicação


A relevância social dessa atividade em nossas vidas

Rapaz é mordido por cachorro. Homem morde cachorro. O que é notícia? Qual afirmativa foge do contexto? Pois bem, pensando assim já identificamos algumas funções jornalísticas: informar, narrar, elucidar tudo aquilo que sai da normalidade, o “novo”. E esses itens são os grandes prazeres que este profissional tem. O que ocorre é que a tarefa não é tão simples como se parece. E isso certamente representa um elemento renovador e imprescindível em qualquer escolha de carreira: desafio.

A prática do jornalismo é, sobretudo, um trabalho social, que traz à tona fatos relevantes. A imparcialidade e ouvir “os dois lados da moeda” constituem um dever deste profissional. Certamente, esses são alguns dos princípios que nos são passados na faculdade, além de outras técnicas e posturas.

Importante para qualquer sociedade, o jornalismo ainda é objeto de censura em países sob severos regimes políticos, das mais variadas formas, evidenciadas, lamentavelmente, nos noticiários atuais. O que dizer das décadas de ditadura no Brasil? Como entender a fúria de Hugo Chávez com a mídia e seus profissionais em nossa vizinha Venezuela? E por aí vamos...

Ao ingressar no curso, em algumas ocasiões, uma pergunta vem à tona. Ela pode parecer clichê, mas, para uma grande parcela dos alunos, tem um tom desafiador e por vezes “emudecedor”. Enfim, por que a escolha de ser jornalista?
a) Porque tenho facilidade em escrever.
b) Porque não consegui ser aprovado em Marketing ou Publicidade.
c) Porque sonho ser jornalista para mudar o mundo

Essas três respostas são as mais ouvidas pelos professores e mestres. Embora com um teor utópico e desafiador, a alternativa “c” traduz a vontade explícita de muitos estudantes. Os semestres passam... E os aspirantes à foca (como são conhecidos os novos jornalistas) descobrem que mudar o mundo é, sim, um mero sonho, mas a função que eles passarão a exercer permite informar a todo ele, em sua finita imensidão, os fatos e acontecimentos da vida que o fazem mudar.

Presente em todos os meios de comunicação – TV, rádio, internet –, o jornalismo, inevitavelmente, se renova a cada dia e tem na efemeridade uma característica crucial. A informação é consumida rapidamente e logo se tornam trivial e, em alguns casos, obsoleta.

Rotina Profissional

Trabalho árduo. As atividades jornalísticas exigem de seus profissionais muito comprometimento e disposição. É exatamente o que ratifica o assessor de imprensa da Associação Paulista Leste, André Leite. “Um ponto negativo na profissão é o grande número de atividades e a agenda intensa, afinal sempre tem algo interessante acontecendo. Mas isso acaba sendo um obstáculo só pra quem não gosta de trabalhar”, diz.

A prática jornalística apresenta conceitos técnicos particulares, variando conforme a mídia utilizada. O desenvolvimento tecnológico e o volume de informações contribuem para uma expansão gradual do jornalismo. Prova disso é o surgimento de novas ferramentas de comunicação – Twiter e RSS, por exemplo – e o desenvolvimento de outras – vide Msn. Vale ressaltar que todas essas mudanças exigem, ainda mais, uma atualização constante de conhecimentos dos jornalistas para se adequarem ao que o mercado profissional exige.

Em tempo: O Superior Tribunal Federal (STF) decidiu (mais capítulos por vir) pela não obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. Isso ainda não é uma decisão irrevogável. Cabe recurso. Mais uma dificuldade vivida por toda a classe. É esperar para ver...


Tadeu L. Inácio
Texto publicado na edição 29 da revista Mais Destaque
www.maisdestaque.com.br