Fut-Encontro debate racismo no esporte com ex-atletas

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Debate no Sesc Pompéia foi conduzido por Antero Greco e contou com as presenças de Marta Sobral, Wladimir e Paulo Sérgio

As variadas formas de preconceito no esporte e na rotina da sociedade foram debatidas na noite da última quarta-feira (19), no Sesc Pompéia, em mais uma produção do Fut-Encontro. Os ex-atletas multicampeões Marta Sobral, Wladimir, Paulo Sérgio e o jornalista Antero Greco conversaram na programação que antecedeu o Dia Nacional da Consciência Negra.



"O futebol une as pessoas, confraterniza, é um meio de igualdade, mas as situações de disputa faz com que as pessoas respondam de maneira agressiva", disse Wladimir, recordista de partidas oficiais no Corinthians. "Em momentos de enfrentamento, as pessoas mostram suas verdadeiras essências", emendou.



Para Paulo Sérgio, que atuou com sucesso no futebol alemão, no Bayern de Munique, o racismo engloba qualquer modalidade esportiva. Ele não nota diferenças nos casos ocorridos no Brasil ou em países de primeiro mundo, como na Alemanha, por exemplo. “Essas experiências nos fazem crescer. Cheguei na Alemanha tirando o espaço de um alemão. Venci o idioma, o preconceito e, hoje, sou muito respeitado por lá. Sou sempre lembrado para participar de eventos. A Alemanha é minha segunda casa."



A situação vivida dentro das quadras por Marta Sobral mostra diferenças em relação aos gramados. “No basquete, não vivi nenhuma situação de racismo como temos acompanhado no futebol. Fui vítima de ofensas pessoais, mais na tentativa de me desestabilizar, mas nada relacionado a preconceito”, revelou.

O ex-atacante e a ex-pivô, ambos com passagens memoráveis vestindo a camisa da seleção nacional, atualmente são secretários municipais de esporte, em Barueri e Santo André, respectivamente. A dupla destacou a importância do esporte como política pública de inclusão social, promoção da saúde e combate da criminalidade.



Antero Greco citou o clima hostil das últimas eleições e destacou outras formas de preconceito do dia a dia. “O racismo não é apenas de cor, mas de origem também. Vimos isso nas últimas eleições em relação ao povo nordestino”. Por fim, o jornalista da ESPN e do Estadão desabafou: “Espero que em um futuro próximo, que não demore muito, não tenhamos dia do índio, dia da consciência negra, entre outras datas, para lembrarmos que devemos respeitar o próximo. Somos todos seres humanos.”

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