sexta-feira, 21 de maio de 2010

A Copa do Mundo no país do futebol



(Atendendo a pedidos) Aí vai o primeiro post deste blog sobre futebol. Caros admiradores, desculpe a demora.

Poucas coisas trazem tanto orgulho para a nação tupiniquim como o futebol. Talvez, algo somente comparável com as manhãs de domingo, pela tela da TV, com um certo (e saudoso) Ayrton. Tal sensação inexiste quando o assunto se dirige a outras alçadas de suma importância às vidas de todos nós. Política, condições da saúde e educação pública, violência e moradia são alguns destes exemplos. E a cada quadriênio esse “fervor” se reacende de maneira fugaz com o maior acontecimento do mundo esportivo, a Copa do Mundo.

Para uma parcela da população nacional, esse contentamento momentâneo pode soar como bobagem ou algo “sem valor”. Mas, é inegável e evidente o apelo popular que esse esporte, criado na Inglaterra, consegue atingir. O País se transforma e recebe tratamento especial por parte da população. Ruas e avenidas são enfeitadas, o comércio para, crianças gastam suas mesadas nas bancas de jornal, em valiosos pacotes de figurinha - cada qual contendo cinco figurinhas das estrelas integrantes, alguns protagonistas, desta festa mundial. E por aí vai...

O futebol faz parte da cultura brasileira. Está, querendo ou não, em nosso DNA. Isso não compreende uma adoração a esse esporte. Apenas uma constatação, fato. A relação com a bola, as marcas de cal e as traves perduram por anos aqui no Brasil, desde o final do século 19. Aos poucos, o povo aderiu a essa prática esportiva, tornando-a nossa marca internacional mais respeitada, (in)felizmente.

Aos passar das décadas, a arte do futebol, como afirmam alguns especialistas, se intensificou cada vez mais. A força que tinha perante a população, independente da classe, cor ou credo, foi ganhando corpo. E a aliança com a política, em alguns casos a ditadura, foi inevitável. Seja aqui ou em outros países.

Um exemplo claro disso ocorreu com os nossos hermanos, em sua casa, na Copa de 1978. Visando ganhar pontos com a sociedade, a liderança política argentina lutou arduamente para ser anfitriã da Copa, e conseguiu. Nesta época, os argentinos viviam sob forte ditadura militar. Isso fez com que alguns países ameaçassem não participar da competição. Contudo, a Copa transcorreu normalmente. Pelo menos fora de campo... Dentro dele, o confronto entre Argentina e Peru - 6 a 0 para os donos da casa - nos causa estranheza até hoje.

A relação política (leia-se interesse) e o futebol (mais precisamente a Copa do Mundo) sempre existiu. E isso não é segredo a ninguém. O que será da política e do povo brasileiro no Mundial daqui a quatro anos? Vale a pergunta. Mas isso requer um outro estudo, que não convém neste instante.

Enfim, durante quatro semanas, a partir de nove de junho, a África do Sul, pela primeira vez em sua história, será o centro do mundo. Literalmente. Situação alcançada única e exclusivamente pela magia que o futebol proporciona. Os olhares de bilhões de espectadores, além dos milhões de visitantes, estarão focados na elite do futebol mundial. Nos ídolos de crianças, jovens e senhores. De oito a oitenta.

Temido pelos adversários, o Brasil estreia contra a Coreia do Norte em busca da sua sexta estrela. Se voltarem vencedores, com a taça nas mãos, os jogadores serão eternamente lembrados como heróis da pátria. Caso contrário, restarão descrença e críticas (e bota crítica nisso). Dunga e sua trupe estão na mira de fogo. Amor e ódio raramente caminham tão juntos como vemos no futebol. Da maneira passional, como sempre foi.

Como diz o nosso “velho amigo”:

-Haja coração, amigo!

PS: Texto também publicado no blog da revista Mais Destaque:

www.maisdestaque.com.br/blog

Tadeu L.Inácio

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