quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Fut-Encontro debate “Neymardependência” e a renovação do futebol brasileiro


Fnac Shopping Morumbi recebeu convidados

A renovação da seleção brasileira de futebol e os variados processos envolvidos na dificuldade em revelar jogadores da qualidade técnica de Neymar foram debatidos, na noite da última terça-feira (21), durante o Fut-Encontro da Fnac Shopping Morumbi. Os músicos Hélio Flanders (Vanguart), Felipe S. (Mombojó) e o jornalista Alessandro Abate (Lance!) conversaram sobre este cenário e responderam questões do público.



Além da “Neymardependência”, o trio abordou a perda de identidade do torcedor com a seleção canarinho, a necessidade de mudanças no processo de formação dos novos talentos e no calendário do futebol profissional, violência nos estádios, campeonatos de pontos corridos, o movimento do Bom Senso F.C. e a cobertura por parte da imprensa.

“O Dunga tem seus méritos, mas não a cabeça para a transformação que o nosso futebol precisa”, enfatizou Abate. "O Brasil, hoje, é inferior aos grandes do futebol. Muito disso por não saber jogar taticamente. Futebol moderno não é apenas físico, mas também é jogado com estratégia. Existe um grande problema na base neste sentido", emendou.



Neste sentido, Hélio acrescentou que sente falta de um time nacional que jogue de forma mais ofensiva. "A seleção brasileira só voltará a ser grande quando aliar o jogo inteligente, tático, com o improviso, a qualidade técnica, a reconhecida ginga". Para ele, Neymar seria mais diferenciado se tivesse mais personalidade. “Ele (Neymar) é treinado para ser o que querem que ele seja. Talvez, se tivesse mais liberdade, mais cabeça, seria ainda mais genial”, refletiu.



Felipe, que é contrário ao campeonato de pontos corridos, alegrou o público ao fazer uma analogia singular em cima de um drible de Neymar contra o México, durante a Copa das Confederações do ano passado, que resultou em um gol do centroavante Jô. "Parece que não tem osso. Parece cachorro vira-lata quando passa entre as frestas do portão."

O cantor do Mombojó ainda analisou o trabalho da CBF e a atual relação dos jogadores. “A descrença na lealdade da condução da seleção e a falta de planejamento para o crescimento geram grandes sequelas (à torcida). Enquanto isso, a individualidade dos atletas nas concentrações, muito em função da tecnologia, abre portas para mudanças radicais no comportamento.”



2 anos de atividade
O evento encerrou as celebrações do segundo ano do Fut-Encontro, projeto que objetiva promover discussões sobre o esporte de forma cultural, social e crítica, aproximando público e personalidades da mídia, da música e ex-atletas. Entre os temas tratados neste período, preconceito no esporte, Copa do Mundo 2014, esporte às pessoas com deficiência, narrações esportivas, prosa e poesia, e obras literárias.

Nos últimos dias 7 e 14 deste mês ocorreram dois debates, com os temas “Pós-Copa” e “Bom Senso F.C.”, nas unidades Pinheiros e Paulista da Fnac, respectivamente.

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