quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Fut-Encontro debate organização e melhorias no futebol brasileiro


Bom Senso F.C. foi destaque na discussão, que reuniu mais de 30 pessoas na Fnac Paulista

Com o objetivo de debater a necessidade de melhorias e o futuro do futebol brasileiro, o Fut-Encontro promoveu, na noite de ontem (14), na Fnac Paulista, debate com os jornalistas Celso Cardoso (TV Gazeta), Fernando Sampaio (Rádio Jovem Pan), o advogado Marcelo Unti e o músico Hever Alvz, que tocou clássicos da MPB. Entre os destaques a união dos atletas profissionais, por meio do Bom Senso F.C., fairplay financeiro, alterações no calendário, a dependência da TV e dos direitos de transmissão por parte dos clubes, entre outros temas.

Com o fim da Copa do Mundo e a campanha da Seleção Brasileira, muitas questões sobre o futebol brasileiro, sobretudo na organização e planejamento - dentro e fora de campo - vieram à tona.



Para Celso Cardoso, a situação atual é preocupante. “Para o futebol brasileiro morrer falta muito pouco. Nosso esporte está nas mãos de uma máfia que não tem o menor interesse em mudar”. As mudanças, para ele, não dependem apenas do Bom Senso F.C., mas, também, de uma nova mentalidade. “É preciso tirar nosso produto das mãos da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e criar uma Liga independente, entre os clubes, forte. Além disso, a cultura entre os dirigentes, principalmente em relação aos treinadores, que não têm respaldo, tem que ser diferente”, analisou.



Na sequência, Fernando Sampaio deixou em xeque a atuação do movimento. “O futebol é a expressão da sociedade, mas o populismo de agradar a todos não me agrada. Não tem como diminuir a quantidade de jogos e aumentar o faturamento. Cadê o projeto na prática?”, perguntou referindo-se ao Bom Senso F.C. “Tem muito jogo, e isso diminui o interesse”, emendou.



Marcelo Unti aproveitou o tema para mostrar sua insatisfação com o grupo. “Não vi o Bom Senso atuar no caso Aranha, por exemplo. Foi uma boa oportunidade para defender o atleta naquela situação”. O advogado não crê em grandes mudanças. “O caminho é longo, pois, entre outros fatores, os clubes estão ‘nas mãos’ da detentora dos direitos de transmissão.”

A Copa do Mundo veio à tona durante uma pergunta da plateia. Ao se referir à participação da Seleção para o mundial, o jornalista da Rádio Jovem Pan criticou a preparação da equipe comandada por Felipão. “A Alemanha treinou em ritmo de jogo às 13h para se aclimatar com o que iria enfrentar. No Brasil, os jogadores são preguiçosos”, disse Fernando Sampaio.

Dois anos de história; debate na semana que vem

O evento dá sequência às celebrações do segundo ano do projeto, que objetiva debater o esporte em plataformas públicas e privadas de forma cultural, social e crítica, aproximando público e personalidades da mídia, da música e ex-atletas.

Na próxima terça-feira (21), também às 19h30, o bate-papo acontece na Fnac Morumbi. O tema “Neymar, o último?” será tratado pelos músicos Hélio Flanders (Vanguart) e Felipe S. (Mombojó), além do jornalista Alessandro Abate (Lance!).

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